A minha própria melodia.
Ouço canções do vento.
Não me incomoda ser assim.
Ser o fogo e a fogueira.
Não me interessa,os mesmos interesses,
Sem pressa.comuns demais.
Ouço canções da chuva.
Ela me salva,me acalma.
Não me interessa ser "goteira".
Quero chover inteira por aí.
Por aqui.
Ouço canções da rua.
De pessoas...que passam por mim.
De vozes roucas,lições.
Ouço...o que é antigo,o que é abrigo.
Minha alma é anciã das minhas vontades,eu sei.
O que é de "dentro",em nenhum momento,escapa de mim.
Gosto de "cavar",não fico muito tempo na superfície da vida.
Lá no fundo das outras almas...ouço canções divinas.
A superfície dos sentimentos me assusta.
Eu custo a entender...que o que eu degusto,
Não foi provado...é tão bom sentir,ouvir,calar.
Ouço o tic-tac do relógio...
É tão lógico,mas vira poesia,melodia.
Até os objetos...percorrem outros trajetos em mim.
Eu gosto de ser assim.
Vamos calar agora....lá vem outra canção do vento.