SECO SERTÃO

Enquanto carece o mundo

De algumas grandezas reais

Aufere um calor profundo

Oriundo dos raios celestiais

No entanto aquece o astro

Com o calor expelido do sol

Amargando o suave sabor

De uma velha terra madura

Que com a dor se depara

No vazio dum triste arrebol

Sob uma tensa carga severa

Atrelada a uma faixa escura

Nenhum coração merece

Tamanha... é a desilusão

Pois o que sobra para uns

Susteria uma vasta nação

No tanto que aram a serra

Transformando a plantação

É o quanto na chapada se colhe

Superando toda contradição

Nas trincheiras desta guerra

Onde vida e mais vida se encerra

Esquecidos e apáticos seres

São abatidos, nesta dura ilusão

Portanto tão poucos merecem

Dos veios das águas nascentes

Enquanto seus sonhos padecem

Sobre o seco chão do sertão.

Autor: Valter Pio dos Santos

01/Mai/2014

Valtin Kbça Dipoeta
Enviado por Valtin Kbça Dipoeta em 05/05/2014
Reeditado em 13/05/2015
Código do texto: T4794895
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