SECO SERTÃO
Enquanto carece o mundo
De algumas grandezas reais
Aufere um calor profundo
Oriundo dos raios celestiais
No entanto aquece o astro
Com o calor expelido do sol
Amargando o suave sabor
De uma velha terra madura
Que com a dor se depara
No vazio dum triste arrebol
Sob uma tensa carga severa
Atrelada a uma faixa escura
Nenhum coração merece
Tamanha... é a desilusão
Pois o que sobra para uns
Susteria uma vasta nação
No tanto que aram a serra
Transformando a plantação
É o quanto na chapada se colhe
Superando toda contradição
Nas trincheiras desta guerra
Onde vida e mais vida se encerra
Esquecidos e apáticos seres
São abatidos, nesta dura ilusão
Portanto tão poucos merecem
Dos veios das águas nascentes
Enquanto seus sonhos padecem
Sobre o seco chão do sertão.
Autor: Valter Pio dos Santos
01/Mai/2014