Morte Poética
E o poema se matou
Antes de ser finalizado
Já tinha endereço certo
Que não pôde ser trocado
Descobriu que cada letra
Que nele continha era em vão
Já que o alvo desta flecha
Batia por outro coração
Ele foi objetivo
Em quatro partes se rasgou
Ao final um só suspiro
Por alguém que tanto amou
Foi apagado da memória
Não vive mais com o poeta
Parece o fim da história
Mas ficou uma porta aberta
Na folha abaixo dele
Ficou tudo registrado
Contra a luz ainda é nítido
O sentimento ali gravado
E agora o autor escolhe
Decide o que fazer
Acende o fogo que o consome
Afim de tudo esquecer...