Insônia

A insônia tem se apresentado nos últimos anos

A esse velho jovem que costumava ler e escrever

Sobre a miséria e a fartura que lhe acometiam

Sempre que era ou não contrariado o seu querer.

A idiossincrasia de tempos idos alastrou-se

De modo que nosso velho jovem deprimiu-se

Lamentando-se sobre um futuro incerto

Pensou não valer mais do que um inseto.

A vontade de deixar espalhados os cacos

Do vidro da janela que queria quebrar

Acabava de ser contida pelo entusiasmo

Da ideia que sua mente iria apresentar.

Qual era a causa daquela terrível depressão

Que o assombrava no breu da grande noite?

Erros do passado, expectativas para o futuro

Como controlar aquilo para não pular da ponte?

E o corpo doía constantemente

O cansaço o consumia ferozmente

Tão jovem e tão deprimente

Quem outrora era sorridente.

Todos dormindo e ele acordado

Olhos fechados e corpo espalhado

Coração apertado e cérebro ligado

-É, parece que essa noite não vai dar

E amanhã será mais um dia de azar.

Até que um dia teve uma ideia

Do que fazer com aquela insônia

E a solução para tal enfermidade

Era justamente a tranquilidade.

Não conseguia dormir pois o que mais desejava

Vejam, pode parecer paradoxal o que direi aqui

O que dificultava sua noite de sono

Era a imensa vontade de dormir.

ícaro Clarêncio
Enviado por ícaro Clarêncio em 30/04/2014
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