Insônia
A insônia tem se apresentado nos últimos anos
A esse velho jovem que costumava ler e escrever
Sobre a miséria e a fartura que lhe acometiam
Sempre que era ou não contrariado o seu querer.
A idiossincrasia de tempos idos alastrou-se
De modo que nosso velho jovem deprimiu-se
Lamentando-se sobre um futuro incerto
Pensou não valer mais do que um inseto.
A vontade de deixar espalhados os cacos
Do vidro da janela que queria quebrar
Acabava de ser contida pelo entusiasmo
Da ideia que sua mente iria apresentar.
Qual era a causa daquela terrível depressão
Que o assombrava no breu da grande noite?
Erros do passado, expectativas para o futuro
Como controlar aquilo para não pular da ponte?
E o corpo doía constantemente
O cansaço o consumia ferozmente
Tão jovem e tão deprimente
Quem outrora era sorridente.
Todos dormindo e ele acordado
Olhos fechados e corpo espalhado
Coração apertado e cérebro ligado
-É, parece que essa noite não vai dar
E amanhã será mais um dia de azar.
Até que um dia teve uma ideia
Do que fazer com aquela insônia
E a solução para tal enfermidade
Era justamente a tranquilidade.
Não conseguia dormir pois o que mais desejava
Vejam, pode parecer paradoxal o que direi aqui
O que dificultava sua noite de sono
Era a imensa vontade de dormir.