Tão jovem ainda
Sou tão jovem
E o medo me acompanha.
É o companheiro
que sufoca as horas.
E tapa a linha do horizonte.
Meus pés por vezes
Espicham, atrás do silêncio.
Para ver por sobre o muro
Os outros jovens como eu.
Tento alcançar
lugares novos.
Amizades e
Amores.
Ah, o amor!
Primeiro.
Único.
Tão difícil ao solitário.
Minhas palavras
Crescem sabores.
E presas, deixam-se estar,
por sob minha língua.
Sou tão jovem ainda.
Dizem: Cheio de possibilidades.
Mas, como começar?
Como chegar lá?
Às responsabilidades?
À maturidade desencanada?
Como ter as pernas.
Sem tremê-las de espanto?
Como manter-me ereto?
Se minhas palavras
São prantos?
Se minhas falas
São monólogos
Mau compartilhados?
Obs. Este poema dedico aos jovens tímidos, em depressão, que lutam
consigo mesmo para brilhar tanto quanto os outros bem sucedidos.