CÉU EM CHAMAS
Queimem este céu,
Incendeie essa cama,
Essa casa,
Incinere em vermelho esse azul.
E o céu da noite eclode em fogo,
E os lençeóis em chamas flutuam,
Tão alto, tão alto,
Vá,
Você é livre p’ra voar...
Mulher,
Não canse de buscar sua aurora,
Rufle inteira suas asas,
Siga com as avez da noite,
Esquive-se dos fogos de artifício,
Desse meu suplicio,
Que explodem no céu.
Duma estranha neblina
De preto e cinza
Nasce uma manhã fria
Tão fria sem você...
Formando dias tão brutos
Com meus olhos perdidos,
Iludidos em tonalidades de cinza e escuro,
Eles se desvanecem com o sonho de você.
Enrolado em tecidos úmidos,
D’um vermelho veludo,
Envolvendo-me,
Ah, eu queimo...
E o azul da meia-noite
É o inferno deste céu,
Perfurados por essas
Estrelas da escuridão,
Estenda-me a mão,
Oh, meu coração
Ficou vazio,
Tão perdido sem você.