A dor dilacera meu peito...
Em alguns momentos acredito que vou apagar.
Mas, isto não acontece... No dia seguinte acordo
E... Continuo ali... Nada mudou.
Todos dizem que é uma fase que vai passar...
Mas esta fase já dura uma vida...
Todos dizem que ainda serei feliz...
Mas sinto como se eu fosse à mula do padeiro,
Com aquela cenoura pendurada em sua frente,
Na vã tentativa de mordicar um pedacinho que fosse...
A impotência diante de tudo que ainda poderia fazer...
O desprazer em fazer qualquer coisa...
Sinto como se estivesse enlouquecendo...
Tanto estudo, conhecimento em diversas áreas...
Me falta discernimento emocional...
Na educação dos meus filhos...
E sempre tive a vaidade de achar que fazia o melhor...
Em meus relacionamentos...
Sempre culpei o outro...
Porque acreditar que dava tudo de mim...
Adquiri muito conhecimento
Mas não aprendi a usa-los com sabedoria...
Bati no peito minha honestidade, integridade, moral...
Mas não soube ser diplomata numa sociedade onde se sobressai quem se adapta a ela.