PERCO O PARAÍSO

Nesses dias

Que se erguem atrozes

Em meu destino,

Eu não lembro o que dizer,

Não sei o que fazer

Perdido.

Não sei aonde ir,

Confuso.

Não sei o que escolher...

Então,

Sem hesitar,

Eu giro em alta velocidade,

Por pálidas mórbidas ruas,

Eu roubo, eu minto,

Em noites insanas de pouca luz,

Oh, Deus, eu sinto,

Que perco o paraíso,

E num inumano desespero,

Ajoelho-me aos pés de uma cruz.

Com negras lágrimas,

Espero o brilho do sol,

Numa manhã,

De céus azuis concretos,

E em febris sonhos

eu voou,

Alcanço o universo...

Mas ao abrir os olhos,

Encontro-me caindo,

Despencando,

Nas mesmas assombrosas,

Mentiras de ontem.

(Todas as pessoas

E seus sentidos petrificados...)

Por isso eu roubo, eu minto,

Em noites insanas de pouca luz,

Eu sinto,

Que perco o paraíso,

Em infrene desespero,

Oh, Deus,

Ajoelho-me aos pés de uma cruz.

Tomb
Enviado por Tomb em 17/04/2014
Código do texto: T4772053
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