PERCO O PARAÍSO
Nesses dias
Que se erguem atrozes
Em meu destino,
Eu não lembro o que dizer,
Não sei o que fazer
Perdido.
Não sei aonde ir,
Confuso.
Não sei o que escolher...
Então,
Sem hesitar,
Eu giro em alta velocidade,
Por pálidas mórbidas ruas,
Eu roubo, eu minto,
Em noites insanas de pouca luz,
Oh, Deus, eu sinto,
Que perco o paraíso,
E num inumano desespero,
Ajoelho-me aos pés de uma cruz.
Com negras lágrimas,
Espero o brilho do sol,
Numa manhã,
De céus azuis concretos,
E em febris sonhos
eu voou,
Alcanço o universo...
Mas ao abrir os olhos,
Encontro-me caindo,
Despencando,
Nas mesmas assombrosas,
Mentiras de ontem.
(Todas as pessoas
E seus sentidos petrificados...)
Por isso eu roubo, eu minto,
Em noites insanas de pouca luz,
Eu sinto,
Que perco o paraíso,
Em infrene desespero,
Oh, Deus,
Ajoelho-me aos pés de uma cruz.