Distorções da Mente
Saí quase como sempre
Ou talvez como sempre
Vestido de mim
Os outros passageiros me viam como sempre
Como aquele quem
Cada um com o seu aquele alguém
No trabalho eu era mais pessoal
Muito marcante para uns poucos
Rememorável para uma fatia maior
Peça na engrenagem para a grande massa
Com alguma inveja era visto pelos inseguros
Como ancião frágil pelo preconceito
Como um pai exigente, pelos imaturos
Pelos meliantes, como um objetivo a se tirar proveito
Era possibilidade para os oportunistas
Um estorvo, para os concorrentes
Um transeunte desavisado na avenida
Alguém distinto para os benevolentes
Poucos pedaços desta minha roupa eram vistos
Furtavam cor a depender da luz
Camuflavam-se conforme fosse o ângulo
O resto então... Era uma criação
Um complemento da imaginação
Que até poderiam coincidir
Mas não teria sido por se discernir
Seja por mim mesmo
Seja pelos outros
Porque nem eu vejo muito bem
A minha própria roupa