Que bagunça !

Que estranho!

Hoje a bagunça aqui dentro parece maior [risos]

Se passares por mim desapercebido, podes até pensar que aqui não tem vida.

Estou mesmo parecendo àquelas cidades assoladas por calamidades.

Mas isso é o resultado da faxina da vida.

Aquela que tira do lugar todas as verdades, sonhos, expectativas, sentimentos chegando até no eu.

Por isso não posso te julgar por me olhares tão superficialmente.

Admito, a bagunça está grande. Tudo está fora do lugar.

Mas eu juro que tento ajeitar as coisas por aqui, pra que você se sinta bem.

Porém cada coisa que tento ajeitar me prende a um tempo, a um ser que já não é meu.

Seria saudosismo? Não sei.

Talvez seja uma maneira de não crescer, de manter essa menina bagunceira viva [risos]

De reviver momentos eternizados, aqueles que não voltam mais.

Será medo?

Talvez.

Nessa faxina da vida para recolocar as coisas no lugar, sou obrigada a encarar o que já não é, mas acredito que seja.

Ah... Que bagunça eu sou !

Será que um dia consigo colocar -ou seria recolar? – as coisas no lugar?

Eis a questão que me persegue.

Que me indagas

E que não sei responder.

Só sei o que vivo no agora.

E no agora essa bagunça sou eu.

Por isso quando passares por mim, não me julgues, me veja.

By Rascunho Poético 15/04/2014

https://www.youtube.com/watch?v=ynZKgQVobe4