A poesia ama as gralhas.
A prosa odeia as gralhas.
A poesia ama os diferentes.
A prosa execra-os.
Dispensa-lhes a indiferença e
o escárnio.
A poesia torna o toque uma dança.
A prosa torna o toque uma pantomima.
A poesia prestigia as despedidas.
A prosa lhe põe um ponto final, seco e fatal.
A poesia romantiza o entardecer.
A prosa nos lembra da proximidade da morte.
São antagônicas.
Paradoxais.
Uma narra e rima.
Outra imagina e organiza.
Uma tem harmonia.
A outra ritmo e dinamismo.
Uma conhece a piedade.
A outra apenas a ironia.
A poesia persegue as essências.
A prosa as encarcera em vidros.
Pequenos.
Bem pequeninos.
Para poesia uma só gota salva.
Para a prosa, a gota é quase nada.
É nadica...
Há mais vazio na prosa do que
na poesia.
A poesia conhece o infinito.
E a prosa as linhas narrativas
da metalinguagem contemporânea.
Dai-me poesia.
Para eu embriagar a prosa
de algum lirismo suportável.
A prosa odeia as gralhas.
A poesia ama os diferentes.
A prosa execra-os.
Dispensa-lhes a indiferença e
o escárnio.
A poesia torna o toque uma dança.
A prosa torna o toque uma pantomima.
A poesia prestigia as despedidas.
A prosa lhe põe um ponto final, seco e fatal.
A poesia romantiza o entardecer.
A prosa nos lembra da proximidade da morte.
São antagônicas.
Paradoxais.
Uma narra e rima.
Outra imagina e organiza.
Uma tem harmonia.
A outra ritmo e dinamismo.
Uma conhece a piedade.
A outra apenas a ironia.
A poesia persegue as essências.
A prosa as encarcera em vidros.
Pequenos.
Bem pequeninos.
Para poesia uma só gota salva.
Para a prosa, a gota é quase nada.
É nadica...
Há mais vazio na prosa do que
na poesia.
A poesia conhece o infinito.
E a prosa as linhas narrativas
da metalinguagem contemporânea.
Dai-me poesia.
Para eu embriagar a prosa
de algum lirismo suportável.