MURMÚRIOS À NOITE
Há vagos sonhos
por aí,
entre fulgoradas
imagens
e afiadas pedras
de tropeço,
com utopias, esperanças
e devaneios
alados,
mas com forças
e resistências
ausentes.
Quando, porém,
desabrocharem todas
as sementes
– do bem e do mal
que nos são,
inalienavelmente,
cernientes –
há que se fabricarem
fortes álibis
– em deuses
a quem, como ternos
e salavadorenhos pais,
são-nos presentes,
e em castigos
que verborragiamos
aos quedados pássaros
ausentes –,
para se protegerem
das dores e das angústias
nascentes.
Péricles Alves de Oliveira