MURMÚRIOS À NOITE

Há vagos sonhos
por aí,
entre fulgoradas
imagens
e afiadas pedras
de tropeço,

com utopias, esperanças
e devaneios
alados,
mas com forças
e resistências
ausentes.

Quando, porém,
desabrocharem todas
as sementes

– do bem e do mal
que nos são,
inalienavelmente,
cernientes –

há que se fabricarem
fortes álibis

– em deuses
a quem, como ternos
e salavadorenhos pais,
são-nos presentes,

e em castigos
que verborragiamos
aos quedados pássaros
ausentes –,

para se protegerem
das dores e das angústias
nascentes.

 

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 05/04/2014
Reeditado em 05/04/2014
Código do texto: T4757714
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