Voz de dentro

não há poética

tampouco palavra

pejada de admiração

não há a palavra que beija,

acaricia e deseja

não há Tesão!

não há prosa,

não há cor

não há dor...

período ou oração,

não há verso,

não há estrofe

o arco-iris lá não brotou,

não há horizonte,

só terra árida,

fome, sede...

falta água,

falta água,

falta aguar!

nesse veio não há festa!

a veia não salta,

caatinga é o que resta,

falta água,

falta água

falta aguar!

há um eclipse,

sem corpos, sem choques estelares,

há abismo entre extremos,

há o que não há - o vácuo,

o vácuo há!?...

há braço que não alcança,

há toque sem som,

Ah, não há falta de ar!

antepõe-se o final

o qual, rasga o brilho d`olhar!

a poesia dá asas de sonhar!

a impregnar a existência,

tal a poética daquela voz,

nela há asas de Ícaro...

há ária naquela voz,

palavra-afago, palavra-pena,

covardia, pena!

poema-árido, prenhe de solidão

somente naquela voz...

Nalva Sol
Enviado por Nalva Sol em 03/04/2014
Reeditado em 05/04/2014
Código do texto: T4755269
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.