QUASE O ATO FINAL
Quando era menino, eu admirava as cores do arco íris,
Em contraste com o azul do céu,
Em meio aos fulgidos raios de luz amarela,
Perfurando as nuvens,
Como holofotes numa bailarina à dançar,
Num teatro mágico de cores;
Podia viajar com o vento acima das nuvens,
Descer pelas campinas à exalar um perfume de paz;
E nas montanhas, transpassava até as frestas mais estreitas;
Agora, só vejo o cinza de minha dor,
Não posso voar.
Para os amigos, sou apenas lembrança do passado;
Estou preso nas masmorras desse castelo intransponível;
Sou como a semente,
Que caiu no meio dos espinhos,
Germinou e, até cresceu,
Mas que está prestes a morrer sufocado... perfurado,
Privado dos raios de sol,
A água, amarga do fosso, me envenena,
Estou só, cansado de sofrer,
Até quando subsistirei nesta terra árida?