Sentinela da Noite

Fazia tempo...

As pessoas já não notavam mais.

Os olhos, já não mais encaravam.

As vozes, já se calaram.

O ar, já não pesava tanto.

Quando olhei nos olhos do abismo,

encontrei a beleza que faltava aos meus olhos.

Eles brilhavam tanto quanto a lua.

Mas eram tão solitários quanto o sol.

Sua imensidão se equiparava ao vazio,

a alma já estava em decadência.

Quando disseram que não havia escolha:

Ele escolheu escolher.

A fé, a vontade e a paixão,

o medo, a loucura e a solidão,

Ele não os renegou.

Ele os abraçou!

Ao amor, ao ódio; a tristeza e a alegria,

ao paradoxo e o equilíbrio.

Não havia mais palavras, não havia mais poder.

Não havia mais sanidade, não havia mais determinação.

Não havia por que, não havia mais para quê.

Havia incerteza, havia insegurança.

Havia insanidade, havia mentira.

Havia medo, e trevas.

Quando olhou,

Nada poderia fazer,

era o Amor.

O amor obsessivo.

O amor medroso.

O amor sem fim.

O amor,

apenas amor.

Sempre que olhasse a lua,

Perceberia a solidão, o vazio e a escuridão,

além da luz, da beleza e da compaixão.

Mas também, o porquê e o o quê.

Seria o tanto faz, e o tanto fez.

Não queria saber, mas estava a viver.

O jogo da vida começou,

o resultado final seria a morte?

O caminho é feito de escolhas,

e a consequência são os sentimentos.

Será porque não teria um por quê?

Ou será porque sempre houvera um por quê?

Jamais iria saber.

Victor Said ss
Enviado por Victor Said ss em 22/03/2014
Código do texto: T4739733
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