ILUDINDO O NADA
Juliana Valis
Meu amor,
Que sentido há ?
Que sentido buscar,
Além das dores,
Aquém das flores
E das quimeras ?
Que sentido haverá
Em cada trecho de dores diluídas
Na vastidão do nada,
Como resquício de tudo em crise ?
Que sentido haverá
Nas armas, nos ventos, nos computadores,
Na ilusão digital de comprar
O remédio que não há para tantas dores ?
Meu amor, que sentido há de transcender
Os projéteis das metralhadoras de sonhos ?
Veja, o tempo nos diluiu no espaço, e você
Sim, você, em dias tão tristonhos
Apenas me olhou e quis me surpreender,
Além dos mares lúgubres e mais medonhos...
Não, meu bem, não se vende mais sentido,
E, agora, as armas, as sombras, as esperanças
Parecem me render ao mais perdido
Sonho que me invadiu nas sós lembranças,
Como estrelas de um verso já falido,
Verso que pretende beijar todo o infinito...
E tudo é tão-somente labirinto
Da mais infinita emoção desencontrada,
E, assim, tão louca que nem sei se minto,
Quando escrevo versos pra iludir o nada.
Juliana Valis
Meu amor,
Que sentido há ?
Que sentido buscar,
Além das dores,
Aquém das flores
E das quimeras ?
Que sentido haverá
Em cada trecho de dores diluídas
Na vastidão do nada,
Como resquício de tudo em crise ?
Que sentido haverá
Nas armas, nos ventos, nos computadores,
Na ilusão digital de comprar
O remédio que não há para tantas dores ?
Meu amor, que sentido há de transcender
Os projéteis das metralhadoras de sonhos ?
Veja, o tempo nos diluiu no espaço, e você
Sim, você, em dias tão tristonhos
Apenas me olhou e quis me surpreender,
Além dos mares lúgubres e mais medonhos...
Não, meu bem, não se vende mais sentido,
E, agora, as armas, as sombras, as esperanças
Parecem me render ao mais perdido
Sonho que me invadiu nas sós lembranças,
Como estrelas de um verso já falido,
Verso que pretende beijar todo o infinito...
E tudo é tão-somente labirinto
Da mais infinita emoção desencontrada,
E, assim, tão louca que nem sei se minto,
Quando escrevo versos pra iludir o nada.