O FRIO MANTO DO APAGAMENTO

E, como o amor,
e o temor,
e tudo o mais;

chegar-nos-ia,
se existisse
de outro modo
que não o com que
a vemos
com sua foice
colheitadeira
às mãos,

mas ela também é
– última refém-fronteira
nossa –
de acordo
com nossas apócrifas
senciências;

que dos corpos
que cessam seus
caminhares
e das mentes
que se findam
em seus pensares,

nada resta
a não ser o que
realmente já há,
sem suas terminais
retinas cegas,

em existência alheia
aos demais sapiens
restantes,

que a tudo
(des) constroem.

Péricles Alves de Oliveira

Inspirado no poema “Dama de negro”, de Kathleen Lessa, publicado no Recanto das Letras, em 14/03/2014.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 18/03/2014
Reeditado em 18/03/2014
Código do texto: T4733665
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