Me calo e não me calo.
Ao som da murmuria arteira
ao entardecer de uma aurora
ao som da lamuria que rondeia
ao poder ver a flor desabrochar
ao som da tortura alheia
ao mesmo tempo deslumbrar
com a vista que atenta pisca e vagueia
o que não consigo quero alcançar
ao sentir a flecha do cúpido certeira
ao ver as formigas pequeninas no verão a trabalhar
para no inverno terem como sobreviver
não passarem necessidade e nada lhes faltar
e terem o que as alimentar, o que comer.