IMPLACÁVEL VERDUGO

Hoje estou muito estressada

Com sono e irritada!

Fui dormir de madrugada.

Nem havia clareado o dia

Bem-te-vi afinando o canto

Estufando o amarelo peito

No galho da laranjeira.

Acho que chamava pela companheira

Anunciando a preguiçosa alvorada

Virei para o outro lado e cai no sono.

Sem tempo de sonhar!

O sol roubando meu sonho

Fez de minha janela seu espelho.

As horas apressadas em correria

Corro com ela para não chegar atrasada

Vou a labuta ganhar o pão de cada dia.

Ao lacrar a minha porta me benzo

Pedindo proteção e graça ao Divino

Com sua benção sei que vou protegida

E logo mais retorno guarnecida.

Tenho um caminho a percorrer

E nele há muito verde... Verde... Verde

Ao chegar a meu destino... Lá em cima daquele morro

Posso encostar as mãos nas brancas nuvens.

Pessoas me aguardam sou amada e querida

Acho até que nem mereço! Fazendo tão pouco por eles.

É verdade às vezes engulo lágrimas e dou meu sorriso.

Bem! Depois da missão cumprida... É hora da despedida.

Volto agradecida para o aconchego de meu kibutz.

Onde tenho de tudo que preciso e se me falta ainda...

Creio que providenciando está o meu Divino!

Mais um dia se foiiiiiiiiiiii.

O tempo é implacável verdugo!

Esta noite não será constelada...

Mas é taberna do artista...

Do poeta...

Do insone.

Incubadora de sonhos!

Abre-te, Sésamo... Gergelim!

Liberando suas sementes...

Quimeras...

Devaneios...

Desejos...

Fantasias...

Utopias...

Se... A noite tiver lua!

Telhado de estrelas!

A poesia será Lírica!