As Flores
Havia muitas flores no jardim
Todas vermelhas
Todas lindas flores
Disseram-me que poderia escolher uma
Seria aquela
Aquela flor
De longe, não percebera qual delas tinha mais espinhos
Escolhi uma
Agora os espinhos não mais interessam
Já não saberia mais se as outras também os tinham
Naquela quantidade
Sequer se os da minha eram muitos
Já não interessavam mais se as outras
Ainda não haviam sido colhidas, escolhidas
Se seus colhedores eram bons o suficiente
Era o destinos das flores
Serem belas em mãos estranhas
Ou murcharem mais rápido
Se, como eu, seus donos as poriam em belos vasos
Ou as deixariam morrer precocemente
Nem olharia mais quais delas houvera sido colhidas
Qual delas ainda estava à espera
Em meio a outras, comentando seus destinos
Conjecturando sobre as que partiram
Imaginando suas felicidades nos vasos
Nas salas das casas ao invés de ali, no jardim
Elas jamais saberiam...
Por minha parte, contemplava as pétalas de minha escolhida
Seu perfume
Sua maciez
Sua beleza
Sua cor
É o destino das flores
É a lei das escolhas