E não desisto nunca?!

Ando perdendo as gargalhadas,

ando vivendo num gerúndio sem nexo.

Ando bossa,

ando sexo,

ouço bostas... perplexo.

Toalhas e maçãs,

causos que explicam tudo,

uns casos sem amor,

uns amores sem amar.

Ando perdendo a noção.

Ando muito verbo

para pouca vida.

Sei que sabes de mim,

sei dos feudos e da salvação,

sei ler e comprar diplomas,

sei que sei qualquer besteira.

Mas vou andando num dilema sem fim.

"Moço, dá cá um pão."

"Senhora, uma moeda, por favor."

"Senhor, dá-me tua graça, (mas de graça mesmo, pai)?"

Ando perdendo o bonde e o emprego.

Antes mesmo de nascer.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 03/03/2014
Reeditado em 08/02/2016
Código do texto: T4713471
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