Noturno.
Quarto escuro,não vejo nada.
A sala flutua na minha penumbra.
Os "outros",dormem o seu sono
de paz.
Eu não durmo, o noturno da minha poesia
vara o dia.
Sou incompleta,na medida exata,do que eu procuro.
O "amor",brinca comigo na sala,enquanto recolho os
brinquedos.
Ele está tão quieto...parece nem me querer por perto.
Mas,amor assim, a gente cuida que nem filho.
Não o queremos ver partir.
Os seus olhos agora...me pedem,me explicam
mas,eu não quero ouvir.
Quero só tê-lo em meus braços,acariciar a sua face.
Mesmo,que "passe" por nós...qualquer despedida.
A penumbra,não me assusta mais.Nela encontro a paz
que eu não tenho no burburinho,no "estar sozinho"
Mesmo na multidão.
A paz desse amor me garante,que eu não sou mais,
quem sonha sozinha e acorda,sem "vida".
Se é assim que estava escrito,não serei eu...
A mudar o destino de nós dois.As gaivotas estão voltando...
Já é hora de dormir.