em breve virá o sol
nas curvaturas dos ombros nasce e morre o sol
sem verdejar a pele que se rasga de estio
as vindas e idas esqueceram de serenar
o chão e abastecer os rios de poesia
é a noite que veste meus olhos na cor detrás da lua
minhas mãos é céu que não cintila estrelas
por onde abriu-se um buraco negro de pensamentos
dói erguer os olhos e ver a linha do horizonte
balançando à deriva – rompida
o silencio caminha solene com um cálice invertido
sorrindo
o conteúdo perdido