A COLHEITA É DOURADA

Caminhei por longa estrada
Por longa estrada caminhei...
Ao meu rincão na invernada,
Ao meu rincão tornarei.

Quando te deixei, minha aldeia,
Óh minha aldeia! Eu a deixei...
Troquei-te pela grande cidade,
Juro-te, para lá não voltarei.

Teus distantes prados azulados,
Em azuladas noites eu sonhei:
Com o luar nos campos ondulados,
Aos ondulados pagos, tornarei.

Para fazer teu solo bem lavrado,
Pegarei minhas tralhas no galpão,
Contrapondo teu suor derramado,
Meu velho pai, a ti esta canção:

Na estação a colheita é dourada,
A letra faço nos braços do violão;
Querência, trigal e minha pousada,
Afastam ermos e alegram o coração!

 
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 18/02/2014
Reeditado em 18/02/2014
Código do texto: T4695689
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