Ritmo de vida
Alma atenta
Pura lisura
Caminha na rua
Escura
Sabe o que pensar
Mas protela em agir
Só faz seguir
Sem no entanto ir
São tantas perguntas
Poucas respostas
Não é minha culpa
As pessoas são como são
Monossilábicas
Lacônicas
Homônimas
Não dizem
Pensam que pensam
Acham que sabem
Mas o que sabem é pouco
A vida é assim mesmo
Esse acontecimento efêmero
Lancinante
Esvoaçante
Não há tempo a perder
O lucro é ganhar
Não estacionar
Mesmo se preciso for
No entanto
Estaciono pensamentos
Congelo sonhos
Sigo, prossigo
Vou de encontro à correnteza
Sigo em frente
Não esquecendo as gentilezas
Aquelas mesmas
Do poeta da singeleza
Pois o que é singelo doce se faz
E tudo se refaz
Num ritmo intenso
Voraz
Que não destrói
Acho que até reconstrói
Tudo isso são palavras
Talvez sem nexo
Um retrocesso
Mas tudo retorna mesmo
Não canso de dizer
Não canso de saber
Nem hei de cansar de viver!