A posse do paraíso

Deus descortinou um belíssimo

cenário colorido.

Preciso em fragrâncias

de estações e pastagens.

E com suculentos frutos

brindou os diferentes paladares.

Alegrou-se na profusão

dos novos inquilinos.

E assim os fez, por amor,

à sua imagem e semelhança.

E tudo deu certo, a princípio,

neste paraíso inocente.

Até ser entregue

ao primeiro inquilino.

O latifúndio perigoso.

Do homem

que se comprometeu.

Mas que a princípio só almejou

a mera mordida no perfumado

e apetitoso fruto sagrado

que da macieira ele arrancou.

Surge então a cobiça.

A mentira dissimulada.

O contentamento

descontente

Do homem

e o início de sua dor.

Assim, se queda ele.

Desde o usucapião do planeta.

À busca e posse do infinito

como possível explicação.

Dessa dicotomia de grandeza

e culpa que nunca mais o deixou.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 10/02/2014
Reeditado em 10/02/2014
Código do texto: T4686083
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