A posse do paraíso
Deus descortinou um belíssimo
cenário colorido.
Preciso em fragrâncias
de estações e pastagens.
E com suculentos frutos
brindou os diferentes paladares.
Alegrou-se na profusão
dos novos inquilinos.
E assim os fez, por amor,
à sua imagem e semelhança.
E tudo deu certo, a princípio,
neste paraíso inocente.
Até ser entregue
ao primeiro inquilino.
O latifúndio perigoso.
Do homem
que se comprometeu.
Mas que a princípio só almejou
a mera mordida no perfumado
e apetitoso fruto sagrado
que da macieira ele arrancou.
Surge então a cobiça.
A mentira dissimulada.
O contentamento
descontente
Do homem
e o início de sua dor.
Assim, se queda ele.
Desde o usucapião do planeta.
À busca e posse do infinito
como possível explicação.
Dessa dicotomia de grandeza
e culpa que nunca mais o deixou.