Arrependimento Parnasiano
Passa a chama viva que do passado vinha,
sopra em mim a alma, que antiga eu tinha.
Canta em minha calma este amor audaz,
repete estes versos de amor capaz...
Liga-me a Deus, pela corda fina,
grita este amem, este amem que rima,
livra meu corpo, deste juízo final,
retire o estorvo, deste amor carnal!
Rogo-te a mim esse Deus tão quieto.
Que comanda a vida, planal arquiteto.
sorria a mim mesmo a verdade vã
em versos tocados numa flauta de pãn.
Grito os sussurros, desses versos céticos,
nas noites frias, que abandonam tédios
toco mais alto esse brado largo,
largo mais forte esse grito falso!