Lembrança do Polegar

Nunca mais ouvi ladrar

O cachorro Polegar

Que minha gente criou

Um animal importante

O mais puro vigilante

Da casa do meu avô

Quando algum ente passava

Nosso Polegar ladrava

Fazendo grande alarido

A minha gente dizia

É nosso melhor vigia

Nosso lar tá protegido

Como defensor discreto

Tomava conta do teto

Ladrando muito lampeiro

Companheiro pontual

Inimigo do animal

Que passava no terreiro

Vigilante solitário

Companheiro solidário

Do nosso pacato abrigo

Quando retorno ao meu lar

Parece ver polegar

Brincando sempre comigo

O nosso velho cachorro

Morreu sem nenhum socorro

Da medicina legal

Depois do corpo leproso

Ficou bastante horroroso

Aquele lindo animal

Logo desapareceu

Ocultamente morreu

Na sombre de um mulungu

Aquele cão lindo e casto

Fora servir de repasto

Ao famélico urubu

Ferida por todo lado

Pereceu todo chagado

Nosso velho polegar

Eu guardei dentro de mim

Como fora o triste fim

Do nosso amigo exemplar

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 06/02/2014
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