Eclipse
A escuridão começa de dia
O abatimento é total
Uma onda de desanimo se mostra fatal
E eis que um anjo louco grita ao longe
Abrindo suas asas queimadas num movimento disforme
É o carrasco dos entediados
Uma sombra de dúvida nos olhos apagados
Da alegoria de manto se mostra a fome
Zombando de nossas preces
Se esgueirando das frestas de esperança
Oh pobres crianças grandes perdidas na ignorância
Quem pode as culpar por um mundo inteiro de dependência?
Quem pode as acusar de serem injustas se as regras já são injustas?
Quando no fim as respostas estão soltas em lugares dispersos
Ficando débil a busca por joias com brilho coberto
O sol se escondeu
Ás nuvens se escureceram
O relâmpago queimou as planícies
O trovão ecoou além do vale e das montanhas
Quem pode as culpar por um mundo inteiro de dependência?
O eclipse sobrepõe toda certeza e certa hora já não se sabe se é dia ou noite, tudo que se pode dizer são os relatos falhos dos sobreviventes.