Eclipse

A escuridão começa de dia

O abatimento é total

Uma onda de desanimo se mostra fatal

E eis que um anjo louco grita ao longe

Abrindo suas asas queimadas num movimento disforme

É o carrasco dos entediados

Uma sombra de dúvida nos olhos apagados

Da alegoria de manto se mostra a fome

Zombando de nossas preces

Se esgueirando das frestas de esperança

Oh pobres crianças grandes perdidas na ignorância

Quem pode as culpar por um mundo inteiro de dependência?

Quem pode as acusar de serem injustas se as regras já são injustas?

Quando no fim as respostas estão soltas em lugares dispersos

Ficando débil a busca por joias com brilho coberto

O sol se escondeu

Ás nuvens se escureceram

O relâmpago queimou as planícies

O trovão ecoou além do vale e das montanhas

Quem pode as culpar por um mundo inteiro de dependência?

O eclipse sobrepõe toda certeza e certa hora já não se sabe se é dia ou noite, tudo que se pode dizer são os relatos falhos dos sobreviventes.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 29/01/2014
Código do texto: T4669027
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