SENSAÇÕES DESABAM !
Juliana Valis



Quando as cores desabam sós

Na profusão de amores desconexos,

E tão intrépidos no coração, atroz,

Talvez a alma perca seus reflexos,

Assim, sem calma, no verso mais veloz...




Quando as cores caem como átimos do nada,

Nessa breve estrada que transcende a luz,

Toda vã tristeza que essa vida brada

Torna-se, apenas, êxtase que o céu conduz...



Céus, existirá a lídima felicidade em nós ?

Além, bem além dos rios digitais do mundo ?

Talvez a leve chama de uma paz veloz

Seja breve  luz no vendaval profundo,

Bem ou mal, no fundo, de quem somos, sós...



Ah, por favor, não digamos mais nada !

Nesse céu voraz, letras de universos frios...

Quero só os versos que o amor nos brada,

Superando a dor que jaz em tantos rios,

Prantos como estrelas dessa humana estrada,

Cantos que nos libertem dos vendavais vazios !



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