Águas do sul

Correm as águas nervosas e frias

delas, tuas e minhas

na prontidão da montanha.

Descem céleres, loucas, carraspanas

que a tua, a dele e a nossa

menina bonita se banha.

Nas suntuosas curvas dos teus eixos

levam e trazem histórias

despencam, esculpindo rochas

lixas de raça que movimentam os seixos.

Do céu são águas de eterno espelho

se tem céu azul, dança o azul em ondas.

Do nascente ao ocaso, dá ao acaso

(laranja, amarelo, vermelho).

ao som de milongas.

Nasceu em águas apaixonantes, disse alguém, a poesia.

Num cenário emoldurado que consagrou a cria.

(entre cantos, entre tantos, por ironia)

Este poeta de amor sofria.

André Anlub®

(26/1/14)

Site: poeteideser.blogspot.com