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QUANDO

...E quando se cansa, 
Sonha com a noite,
Mergulha as cores em crepúsculos
Debruados de negro,
Dedilha as cordas das estrelas,
Toca uma sinfonia noturna 
De olhos fechados.

Quando tudo brilha muito,
Luz forte e cegante,
Sonha com lugares obscuros
Sombrios e silenciosos
Que só existem nos pesadelos.

Tateia no escuro
Pelas beiradas dos muros,
Sentindo nas palmas as asperezas
Do cimento dos rostos.

Quando tudo torna-se muito,
Demasiadamente soturno,
Só resta o velho mergulho
No escuro,
Lá, onde ninguém verá
Seus olhos inexpressivos
Vazios
De tanto e tanto chorar.



 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 27/01/2014
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