MORRENDO E NASCENDO TODOS OS DIAS
Certezas eu já não as tenho
De dúvidas é meu travesseiro
Acordei tarde! Acho que perdi a hora.
Adormeceu meus sonhos em uma lua grisalha
O tempo passa!
Passa... Passará para todos.
Para a criança o jovem para o velho e o novo
Como os dias e as noites que também passam.
As horas não dormem!
A única certeza que tenho...
É de que tudo que vivemos
Será um dia lembranças
Asiladas em nossas saudades.
O tempo passa sem piedade!
O que aprendi desta existência?
É de que sempre haverá dúvidas
Não existem verdades absolutas.
A alma que nos habita!
Será sempre uma criança
Aprendendo, surpreendendo-se...
Encantando-se e desiludindo-se
Morrendo e nascendo todos os dias.
Hoje o dia amanheceu chorando...
Melancólico como minha alma.
Uma paisagem cinzenta bucólica.
De saudades tenho me vestido!
De quem ou de quando?
Acho que de momentos não vividos.
Beijos não sentidos...
Abraços que não se entrelaçaram...
Palavras que viraram gritos
Ecos transbordando em lágrimas.
Uma sensação de ter encontrado a alma
Que há muitas existências desencontradas
Separadas pelo tempo e a distância.
Sem saber qual de nós partira primeiro.
Não quero ficar na espera!
Prefiro partir primeiro.
Quisera! Quisera não ter te conhecido
Contigo me encontrado... Esbarrado!
Não posso rejuvenescer...
Parar o tempo!
Mas posso contigo envelhecer?
Morrer para nascer de novo.
Fazer de ti meu sacrário vivo!