Oceano profundo

Foi comum me perder

Não tinha méritos por merecer

Fui sendo fatal aos meus hábitos,

Aos meus ouvidos fingindo de surdez

Todo tempo sem ar

Toda fé sem oração

Me fizeram ver

O que só via em contos de solidão

Um pouco de medo talvez

Me mostraram erros graves

Um templo de luz que se fez negro

E que não quis se mostrar em mim

A sanidade se fez insana

Um grau único de complexidade

Foram culpas de anos

Em um abismo sem fim

Morri mil, duas mil vezes

Tentado me entender

Pra compreender os demais

E vi que precisava só da primeira opção

Acordei com dor nos olhos

Na noite em que me debatia em chorar

Tudo se fez sem méritos

Em um oceano profundo.

Naty Silva
Enviado por Naty Silva em 09/01/2014
Código do texto: T4643346
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