Oceano profundo
Foi comum me perder
Não tinha méritos por merecer
Fui sendo fatal aos meus hábitos,
Aos meus ouvidos fingindo de surdez
Todo tempo sem ar
Toda fé sem oração
Me fizeram ver
O que só via em contos de solidão
Um pouco de medo talvez
Me mostraram erros graves
Um templo de luz que se fez negro
E que não quis se mostrar em mim
A sanidade se fez insana
Um grau único de complexidade
Foram culpas de anos
Em um abismo sem fim
Morri mil, duas mil vezes
Tentado me entender
Pra compreender os demais
E vi que precisava só da primeira opção
Acordei com dor nos olhos
Na noite em que me debatia em chorar
Tudo se fez sem méritos
Em um oceano profundo.