DESCUIDOS

Tens um encanto
nuvem
com enigmáticas
cores

a que o pássaro-negro
– doente ou
acidentalmente –
veio a amar;

mas,
em um horizonte
distante,
eu já havia
aprendido,

à custa de penas,

que todo
ouro
é por demasia
tolo,

e que todo sonho
incauto
desfaz-se, em angústia
e dor,

diante

das coleções
de imagens,

das verborragias
ominosas,

e das pedras
de tropeço.

O que eu ainda
não consegui
aprender

foi como
deixar de
te amar,

antes que
me morra
nu,

sem mais nenhuma
pena para
voar.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 09/01/2014
Reeditado em 09/01/2014
Código do texto: T4643118
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