PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE AMOR...
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE AMOR...
Às vezes o corpo quer e alma não sente...
Às vezes se mente porque a alma queria e o corpo diz não...
Às vezes o sonho não se encaixa com a vida lá fora
Às vezes se quer e não se tem nada...
Outras vezes o amor vai embora, não pede licença
Deixa vazia a estrada e a vida sem brilho,
Outras se descobre que não se perde o que não se tem...
E tantas outras é melhor saber-se só sem a ilusão de estar com alguém.
Porque a solidão a dois pode ser maior do que a quatro paredes e um só coração...
Às vezes é preciso sentir tesão e saber-se vivo...
Outras tantas, melhor viver, sofrer, querer,
Do que uma insípida existência morna e vã...
Melhor cair, levantar, crescer...
Melhor subir de quatro, “catar cavaco”
A percorrer o mesmo caminho repetido, sozinho...
Melhor ter “cara pra bater”
E aprender a se esquivar, atacar, defender...
Porque é impossível seguir em frente
Sem ter perdido o ciso, se arrependido...
Amassado o pão sem dar ao diabo,
Pra não faltar aos filhos,
Pra sentir-se alguém, que não apenas passou,
Mas deixou para além do corpo perecível
Um pouco do seu Eu...
Impregnado
Incorruptível
Na fímbria do amor
Que apreendeu e doou...
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