Um Caminhante Errante a Filosofar
A tempestade chega a seus olhos
Intemperança corrói seus nervos
E uma fúria absorve todo seu pensar
O sol se põe e o seu desejo é apenas raiva
Tudo se faz longe do por do sol
Quando a noite cai o medroso se esvai
Dando lugar há um brilho frio imposto em sua imagem
A lua jaz vermelha num prólogo do seu conto
As trevas empestam todo o seu caminho
Guerreiro solitário caminhante do fim
Cavalgador das esperanças mortas
A lança do destino voa sobre as cabeças tortas
No calar da escuridão o errante fala esquecido
Cita versos de uma magia antiga
Invoca o poder da mãe adormecida
Terra seu pilar
Onde a suplica vira canto
A magoa um encanto
Os raios uma arma de degeneração em massa
Fúria cristalina de um coração ferido
Uma capa longa se faz num salto misterioso
A redimição se vem com uma matança justificada
Demônios todas as madrugadas são calados
Anjos transformados
Outros inventados
Ele é o trovão voraz que assusta
O vulto invisível que vigia
Criatura sem rosto
Sem sentimentos
A justiça forçada
O desespero dos vermes
A satisfação dos abandonados...
Quando no final o que já esta certo não pode ser desfeito
O último dos segredos soa ao longe indecifrável
A verdade nunca foi tão manipulada
Nas cinzas do amanhã se faz um pacto.