REDEMOINHOS
À maioria das palavras,
regozijadas com autograndezas
e autoalvas,
mostro o reflexo ominoso
de suas sombras;
à maioria dos sonhos,
dadivados com faustas premissas
e ruminações,
devolvo ao chão cru
e infértil de onde
vieram;
à maioria dos desejos,
antropofagiados com gulas,
ardores e fulgores,
lanço à banalidade
e ao vazio
do momento seguinte;
e, se das mentes sapiens
alguma esperança
me é lançada
em sublimes solfejos,
mostro, por fim,
suas vesanias cernientes
e suas almas aquebrantadas
em pedras de tropeço.
Périles Alves de Oliveira