PRISÃO CIRCULAR
Dos tempos em que eu
supostamente
fosse mais feliz
(ou menos infeliz),
aquela tecelã de imagens,
com insolentes alvas
que minhas sombras
iriam matar,
andou passando
e passarando
por aqui
a romper os horizontes
com falsas chaves
de ouro,
a fechar os céus
com vesanias
bipolares,
a alvoroçar o mar
com egolatrias
abissais,
a vazar pela boca
cantos de ave
mansa
e a transpirar pelos poros
fedores de merdas
em outros cantos
defecadas.
A um ponto,
quando mais a tola besta
pensava se limpar lambendo
as próprias chagas,
saí da tocaia,
virei sua face ao contrário,
de modo que ela visse
seu reflexo sombrio,
e mostrei-lhe a jaula circular
que habita,
lançando seu corpo
infesto à pedraria,
e sua alma entenegrecida
de volta ao inferno.
Péricles Alves de Oliveira
supostamente
fosse mais feliz
(ou menos infeliz),
aquela tecelã de imagens,
com insolentes alvas
que minhas sombras
iriam matar,
andou passando
e passarando
por aqui
a romper os horizontes
com falsas chaves
de ouro,
a fechar os céus
com vesanias
bipolares,
a alvoroçar o mar
com egolatrias
abissais,
a vazar pela boca
cantos de ave
mansa
e a transpirar pelos poros
fedores de merdas
em outros cantos
defecadas.
A um ponto,
quando mais a tola besta
pensava se limpar lambendo
as próprias chagas,
saí da tocaia,
virei sua face ao contrário,
de modo que ela visse
seu reflexo sombrio,
e mostrei-lhe a jaula circular
que habita,
lançando seu corpo
infesto à pedraria,
e sua alma entenegrecida
de volta ao inferno.
Péricles Alves de Oliveira