TENHO ANDADO DISTRAÍDA...

Cansamo-nos de agir e até de pensar,

mas jamais nos cansamos de amar.

Auguste Comte

Egoísta pensando em mim mesma.

Quero fugir das dores do mundo.

E das minhas amarguras também.

Quando me deparo com um mendigo

Bêbado maltrapilho tombado na sarjeta

A criança mendigando na sinaleira

Pessoas morrendo em corredores

De hospitais sem assistência.

Gente revirando o lixo como animais

Comendo imundices para saciar a fome

Eu queria entender que força é essa

Que destrói a sensibilidade humana.

Lúcifer não estava errado!

Quando disse a Deus que o ser humano

Jamais seria sua imagem e semelhança.

Como pode um ser matar queimar

Em nome de sua religião?

Que força é essa que devasta, rasga, depreda

A terra o berço da civilização.

Enquanto as desgraças acontecem

Assistimos novela na televisão.

Félix tem mais audiência...

Do quem as mortes das enchentes.

Eu queria ter as respostas...

Para todas as indagações.

Mas não as tenho e sigo...

Com minhas aflições.

Assim disse-me o poeta

Sou aranha e inseto...

Nesta teia chamada vida.

E as dores deitam nas fronhas

De minhas noites insones.

Nas palavras engasgadas

De meus versos minha poesia.

Eu tento ver flores nos canteiros da vida!

Olho para o céu buscando a beleza das estrelas

Apaixono - me pelas esvoaçantes letras dos poetas

Eu preciso acreditar no amor em plenilúnio.

A vida sem amor, não tem sentido.

Sem o Amor de nada vale um paraíso.