Entre o sentir

Assim é a dor

Não a dor que dói

Mas a que corrói

No silêncio da consciência

Uma presciência

Da insignificância de todo saber

Mesmo um anjo saberia

Como é cega a tristeza

E eu entenderia a riqueza

À revelia do pouco

Que há de ser

Toda manhã germina

Cresce em esperança

Até o entardecer

Vela meu sono

Como se fosse o dono

Daquilo que não fui capaz

Imerso

Faço-me compartilhar

Ao lado dos que são

Sub-reptícios

Transeuntes do precipício

À borda do desvão

Tão tarde é tão nada

E a luz enfada

Por sentir que entre o sentir

O que se entendeu

Permanece ausente

E é como se sente

Mesmo na ausência da razão

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 24/04/2007
Reeditado em 26/04/2007
Código do texto: T462767