cerca-viva
sinto substâncias forrando o lado de fora
inalo cheiros distantes
(verdes verdadeiros)
os falsificados se instalaram dentro
do (meu) mundo, confundindo-me
e conspirando pútridos
nos seios da morte...
quando nem sei
quem fui
quem sou
que cor é a casa
que me vaza
um território sem fronteiras
sem linhas demarcando
que sou minha
sinto paredes fechando-me
invisíveis e frias
protegendo-me da descoberta
de que nada
sou
se houvessem pelo menos
palavras pra me cercar viva