MINHA MENTE
Minha mente
são esses devaneios
estranhos
que andais lendo,
que andais vendo,
que andais bebendo
por aqui,
por essas folhas
pintadas
de imperativos
vãos,
por esses versos
remendados
de artificialidades
confusas.
Não tenho medo
de ser
o que sou,
minha mente
não é metade,
não é mais,
não é menos,
nem é só coração
nem é só pulso
nem é só ilusão.
Minha mente
é rota sinuosa,
é andança misteriosa
por entre vazios
e nadas,
onde,
com incauto fulgor,
inauguro cores
brancas
negras,
pálidas,
e fabrico redes
com os fios abstratos
das imagens.
Péricles Alves de Oliveira