SUCINTO E SEM CERIMÔNIAS
Às vezes,
fico impressionado
com a vontade lúdica
que tem o sapiens
de não sermos tudo
que somos:
aquela coisa estranha
que nos faz regozijar
nobrezas
por aí,
enquanto afiamos o verbo
no anverso de nossos
reflexos;
aquela coisa estranha
que nos faz amar
com dádivas
sinceras
por aí,
enquanto guardamos
lâminas sob a pele;
aquela coisa estranha
que nos faz crer
e adorar
deuses por aí,
enquanto abrigamos
demônios na alma;
aquela coisa estranha
que nos faz pensar
que somos
tão sublimes,
tão cândidos,
tão alvos,
enquanto tracejamos
caminhos duplos,
a mascarar as facetas obscuras
de nossos cernes.
Péricles Alves de Oliveira
P.S. Com toda franqueza: que o Ser que regozija ser bom, puro e filho à imagem e semelhança de um Deus inconspurco; que passa horas orando em repetições débeis para ter um abrigo no paraíso; e, enquanto isso, nega-se a ver o próprio cerne (e de seus semelhantes) para contra ele lutar em suas facetas mais sombrias, vá para a puta que o pariu!
que nos faz pensar
que somos
tão sublimes,
tão cândidos,
tão alvos,
enquanto tracejamos
caminhos duplos,
a mascarar as facetas obscuras
de nossos cernes.
Péricles Alves de Oliveira
P.S. Com toda franqueza: que o Ser que regozija ser bom, puro e filho à imagem e semelhança de um Deus inconspurco; que passa horas orando em repetições débeis para ter um abrigo no paraíso; e, enquanto isso, nega-se a ver o próprio cerne (e de seus semelhantes) para contra ele lutar em suas facetas mais sombrias, vá para a puta que o pariu!