Se eu pudesse...
Olhos,
Mãos,
Pernas,
Risos,
Sorrisos,
Ausência,
Solidão.
Se entre as minhas vírgulas eu pudesse encaixar tudo que é seu, teu, nosso, ou ainda tudo que se confunde. Confesso que não seria uma caixinha de saudades, de lembranças e vazios. Diga-me então como poderia pedir para que fique? Se meus braços já estão tão curvos quanto os galhos de um arvores que pouco se reconhece sem suas folhas, estando em meio a seca, ao nada, entregue às rugas do tempo.
Ainda que eu dissesse "fica", pouco saberia como reagir a tua permanência, sendo eu tão pequena diante do caminho incerto que brilha a tua frente...
-Vá!
Que recolherei meus abraços, meus lábios e todas a histórias que poderia ser tecidas. Me jogarei entre os carros e portas abertas, onde minha alma possa se sentir aquecida, mesmo que efêmera, que vã, mesmo que só.
E dos exageros de minhas palavras, fique apenas uma lágrima escorrendo pelo rosto, ou uma gota de chuva debruçada na janela. Janela esta que anunciou por tantas vezes sua chegada e que hoje se fecha para não mais abrir.
Palavras confusas, madrugada, saudades, Fabinho.