Síntese de opostos.
O sonoro canto dos pássaros
Em comunhão com o movimento
De seus olhos raros
Desperta o meu mais profundo tormento
Sob a funesta tristeza que me aguarda
E a Lua que me inspira
Estou... Apenas com qualquer farda
Que me identifica como comum
E uma doce alegria que transpira
Não mais faz parte da minha dieta
Seguia exasperando numa linha reta
Objetivo, científico, linear...
Mas tudo é circular
Somos só um.
E transcendendo a consciência
Vou vagar sem ciência
Me dissolvo na água do mar feito sal
Numa dicotomia entre esse ser banal
E um onipotente vou-me indo
Lentamente... Em versos...
Em (multi)versos
E com um desespero que não é bem-vindo
Medito sobre esta realidade
Que é uma síntese de opostos.
Me sinto tocando a outra face
Aquela que me revela sem idade
Eterna, infinita, transcendente
Vá atrás, cace o outro mundo. Cace!
E veja o incrível e o surpreendente
Confundindo-se, sobrepostos!