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Não me Calo!




Não me calo!
Entra nos ouvidos o meu canto,
Circula pelos ares
Desce com a chuva pelos ralos!
 
É raro o momento,
raro,
Em que a palavra falta
Ao dom da pena!
 
Não me calo!
Seja por revolta
Ou por contemplação serena...
Aquilo que me chega à garganta
Eu não engulo,
Não mato!
 
Não me calo!
Canto com a voz desafinada
E inadequada, que a mim
Por Deus foi dada!
 
E enquanto circular o sangue
Pelas minhas veias fracas,
Às vezes, derramado
Em hemorragias verborrágicas,
Desistas!
 
Porque eu não me calo,
E não hei de calar-me!


 
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 07/11/2013
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