Dorme um verso
 
 
De costas para a colina
Dorme um verso,enquanto
Aguarda a próxima estação,
Ainda incompleto,
Fragmento,
Espécie remanescente
Do último verão.
 
Antes, desejava
Ser recitado,
Orgulhoso,
Ria sozinho, só de pensar
Em ser aplaudido pelas crianças e
 namorados, no sarau
lá da praça,

Hoje dorme igual recém nascido
Após ser alimentado ao seio,
Em noite de frio.
 
Próximo ao mosteiro da colina,
Dorme um verso,
Embalado pelo som
Gregoriano,
O dia nasce
Volta a morrer,
A lua vem, majestosa,
Cor de prata,
Vigia o sono do verso.
Estúpido!
Cego!
Não percebe a poesia incompleta,
trazida no bico do beija flor,
rondando à beira de
sua cama!

Isis


 
 
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 27/10/2013
Reeditado em 27/10/2013
Código do texto: T4544084
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