Matemática

A vida de mau humor contagia,

O dia que está assim nos pega;

Entrega diverso do que se queria,

Uma ou duas drágeas de nostalgia,

E a esperança some na refrega...

Em tais plagas são pragas as dores,

Cores da fuga de quem fugir consiga;

Se liga têmpera n’alma dos sofredores,

Resta a sensação que plantamos flores,

No mesmo lugar que vicejam urtigas...

A minha há tempo não ri de um chiste,

Insiste em sua faceta mui sorumbática;

A prática perdeu de tanto ser triste,

Pega de novo cada sonho que desiste,

Um, menos um é um, louca matemática...

Que novos caminhos velhos pés pisem,

Dizem; não há mal que não tenha fim;

Assim, posto que tantos durem, reprisem,

Tempo e sorte peguem a prova e revisem,

E digam que um mais um é um; enfim...