MÃO DUPLA

E agora

banidos daquele orbitar sereno e cálido

são como peças deslocadas

atores longe da ribalta

flores secas em velhos livros

De pés idos e voltados

olhos deslumbrados

beberam as cores do entusiasmo

até o corte, até o desconcerto

Acordando demais

demais...

A via é de ida e volta

e os pés jamais pisam

o mesmo chão

que a cada amanhecer

outro sol nos lê

e desenha nossas sombras

Há chuva e sol

mormaço e frio

alegria e desalento

E as mãos são duas

para que uma apague

o que a outra escreveu!

( reconstrução de texto de 2010)

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 22/10/2013
Código do texto: T4537078
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