MÃO DUPLA
E agora
banidos daquele orbitar sereno e cálido
são como peças deslocadas
atores longe da ribalta
flores secas em velhos livros
De pés idos e voltados
olhos deslumbrados
beberam as cores do entusiasmo
até o corte, até o desconcerto
Acordando demais
demais...
A via é de ida e volta
e os pés jamais pisam
o mesmo chão
que a cada amanhecer
outro sol nos lê
e desenha nossas sombras
Há chuva e sol
mormaço e frio
alegria e desalento
E as mãos são duas
para que uma apague
o que a outra escreveu!
( reconstrução de texto de 2010)